Gestão de aterros sanitários e controle de ETEs são discutidos em evento
Semana das Tecnologias Integradas da Sobratema é realizada em São Paulo
A obrigação de manejar adequadamente resíduos sólidos para diminuição de impactos ambientais, instituída pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), condiciona as empresas que atuam no setor a adotarem métodos de gestão capazes de maximizar a exploração de aterros sanitários, numa perspectiva de tempo e de espaço.
Nesse contexto, o uso da tecnologia tem sido um grande aliado para gerar ganhos de compactação de resíduos e aumento da vida útil dos aterros. Mas, para que seja adotada a tecnologia adequada, é preciso que os agentes envolvidos no processo tenham a leitura correta das características de seus aterros, sob pena de verem frustrada a eficácia do investimento tecnológico. A conclusão está baseada em casos de implantação de aterros sanitários apresentados durante o Sobratema Summit: Melhores Práticas para Manutenção - durante a Semana das Tecnologias Integradas para Construção, Meio Ambiente e Equipamentos, que termina nesta sexta-feira (9) em são Paulo.
Uma das experiências bem-sucedidas no casamento tecnologia/inteligência foi registrada em Salvador entre 2012 e 2015, pela empresa Quarter Landfill. Os resultados mais expressivos foram em função da densidade obtida. Houve economia de um grande espaço físico e aumento de tempo de 40% de exploração de uma mesma área, o que representou a potencialização do investimento feito em toda a implantação do aterro. “Sem um software associado ao equipamento – que é essa expertise de trabalho e inteligência humana -, os resultados não teriam sido alcançados”, avalia Newton Sandes Pimenta, diretor executivo da empresa.
A constatação de que é preciso também investir nos ativos humanos para potencializar os benefícios proporcionados pela tecnologia é compartilhada por Ludwig Streff, gerente geral da Área de Resíduos Sólidos da ICP, ao citar o caso do tratamento mecânico biológico realizado em Sófia, na capital da Bulgária. Segundo ele, foram investidas quantias vultosas para tratar resíduos, mas o trabalho quase ficou comprometido em razão da falta de preparo adequado para operar e fazer a manutenção das tecnologias adotadas. “Esse é um bom exemplo que pode servir de referência para que outras capitais pelo mundo não incorram no mesmo erro quando decidirem investir em seus aterros”, conclui.
Eficiência em tratamento de esgoto
O seminário Controle Operacional de ETEs (Estação de Tratamento de Efluentes) e Monitoramento Ambiental trouxe para os participantes do Sobratema Summit, um estudo de caso referente a uma fábrica de produtos têxteis. “A implantação de uma ETE exige a articulação de diversas áreas de estudos, como química, microbiologia e engenharia, mas nesse caso, como na maioria que tive conhecimento, o grande problema é a falta de gestão”, aponta João Carlos Rosa, engenheiro especialista em High Performance de ETEs. O caso apresentado da indústria têxtil era grave, pois a empresa não possuía laboratórios para testes de toxicidade.
Além disso, os funcionários não tinham manuais adequados para a operação das máquinas da ETE e a manutenção do equipamento era feita apenas como medidas corretivas, ou seja, sem o intuito de prevenção de problemas. Para corrigir os pontos fracos, a estratégia foi estabelecer um objetivo de eficiência que, nesse caso, procurou atingir níveis de tratamento de efluentes previstos na legislação brasileira. Uma vez estabelecido o objetivo, o próximo passo foi o treinamento da equipe. “Essa fase é delicada, pois exige que os funcionários estejam atentos. Como em muitos casos, esse treinamento acontece depois do expediente, é muito importante que a equipe esteja motivada”.
Em relação às técnicas e equipamentos utilizados nas ETEs, segundo Rosa, o ideal é que sejam usados reatores e tanques de tratamento que exijam menos produtos químicos, menos mão-de-obra, produzam menos lodo e que possibilitem a utilização do biogás gerado durante o processo de tratamento na produção de energia.
Mesmo com o equipamento certo, a logística não deixa de ser importante. “Como a eliminação final de lodo é demorada, cerca de um ano para tratamento aeróbico e dois anos para tratamento anaeróbio, é importante que seja escoado aos poucos, objetivando uma disposição zero de lodo nos tanques”, conclui o engenheiro.
Semana das Tecnologias Integradas para Construção, Meio Ambiente e Equipamentos
Eventos: BW Expo, Construction Expo, M&T Peças e Serviços e Sobratema Summit
Data: 7 a 9 de junho de 2017
Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center – Rodovia dos Imigrantes, km 1,5
Horário: das 9h às 18h